sábado, 31 de março de 2012

O Pixo e sua ousadia
Assim como o graffiti, a pichação segue princípios semelhantes por usar a rua como meio de expressão

Assim como o graffiti, a pichação segue princípios semelhantes por usar a rua como meio de expressão. A diferença é a receptividade. Conversamos com Leandro Mantovani, fotógrafo paulista que desde 2008 registra os bastidores da vida dos pichadores. Além das fotografias, aqui você confere um pouco da ousadia e história presentes na madrugada.



O interesse do fotógrafo por esta expressão surgiu após pensamentos sobre como os pichadores conseguem atingir lugares de difícil acesso. Ao pesquisar com suas lentes sobre o assunto, ele descobriu que esta manifestação vai muito além da altura e ousadia, ao redor dela também estão respeito e muitas histórias que ficam estampadas nos muros da cidade – sem contar a criatividade tipográfica.

Leandro já passou por quase todas as zonas de São Paulo registrando o que acontece ao cair da noite. Para mergulhar no assunto, batemos um papo com os pichadores que o paulista acompanha.



Durante a curiosa troca de ideias, percebemos que as aventuras desses radicais preencheriam facilmente as páginas de um livro. Para eles, quanto mais alto, melhor. Na mochila, eles carregam spray, rolo, corda, canetão, pedra, giz, e chave. Na verdade, tudo que é possível escrever está nas mãos deles.

“Usamos a pichação como reconhecimento e protesto. O rico tem o desejo de comprar as jóias mais caras, nós temos o de deixar nosso nome em um lugar impossível”, definiu o pichador Gapu. O mineiro intitulado Goma, contou que começou a pichar aos 15 anos por falta de opções de lazer no bairro que ele vivia. Segundo Goma: "a pichação nunca acabará, ela é a voz dos sem voz". 


A maioria já foi enquadrada pela polícia. Sobre isso, o praticantes XRPSpure questionou: "o dinheiro público é desviado, o desmatamento está quase liberado e querem nos condenar por protestar?".

Pular cerca elétrica, descer prédio com corda, escalar janelas, andar no telhado e outras loucuras fazem parte da rotina desses caras que vivem com o coração a mil. Mesmo tendo que enfrentar o perigo e possíveis acidentes, para eles o ato de escrever com tinta nos muros é satisfatório


Apesar de uma considerável camada da sociedade considerar a pichação puro vandalismo e poluição visual, todos os pichadores definem o que fazem como liberdade de expressão. 


zupi.com.br

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