quinta-feira, 12 de julho de 2012

A(E)REA PAULISTA, de Carla Caffé
A(E)REA PAULISTA  finalmente chega à avenida Paulista e revela, atráves do desenho o seu patrimônio arquitetônico e natural.
Abertura: 12 de julho, quinta às 18h
Passagem Literária da Consolação
Até 27 de agosto de 2012, com entrada gratuita
Tarde de desenhos com a artista: 4 de agosto 16h_19h

A(e)rea Paulista é uma coleção de 20 cartazes que, juntos compõem o espigão da Avenida Paulista, numa visão panorâmica desde o Vale do Anhangabaú.

A mesma série foi publicada em um livro de tiragem limitada em abril de 2011, impresso em papel especial e com encadernação capa dura, pelas Edições Tijuana.
O projeto A(e)rea Paulista, da artista Carla Caffé, ganha agora dimensões espetaculares:

terá mais de 11 metros de extensão por 1,40 metros de altura, e é uma paisagem construída através de cálculos poético-mentais sobre a topografia do espigão da Avenida Paulista. Novos esquemas de navegação, novas tecnologias e novos horizontes mudam a nossa percepção da paisagem.


 A artista, arquiteta e educadora Carla Caffé propõe um novo desenho cartográfico para a cidade de São Paulo, elegendo sua avenida símbolo como horizonte. Nessa exposição, as impressões em grande formato envolvem o observador na paisagem oferecendo uma imagem panorâmica da cidade.



A intenção é submergir o espectador na paisagem criada pelo desenho e promover sua imersão no mar de nomes de ruas dos bairros paulistanos. O conjunto exercita a memória urbana e fortalece a identidade da cidade.
Esta obra abrange temas atualmente em debate, como geopoesia, percepção da paisagem, território, cartografia, mapeamento, deslocamento, memória urbana e identidade. Discute também as fronteiras entre original e digital.
A exposição é um projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura - Programa de Ação Cultural 2011 - PROAC.
Contemplado também pelo prêmio funarte de artes visuais.

 Breve histórico, por Carla Caffé
Sou flaneur mundo afora há mais de quinze anos. Desenho as ruas, becos e monumentos, espaços esses que ficam retidos na nossa memória.
Sou bastante minuciosa quanto aos elementos que compõem o lugar,  elementos que aquecem a memória, geralmente detalhes como os ladrilhos, as sancas, as texturas e pinturas, não importando do objeto o seu valor histórico ou cultural.
A linguagem pela qual expresso meu pensamento sobre a cidade é o desenho, isto constitui a identidade do meu trabalho, o estilo do meu discurso.
A ideia que persigo é revelar, com os desenhos, um perfil positivo das cidades. Essa atitude pode inspirar novas ideias, uma São Paulo mais charmosa.
Pegar minha bicicleta e sair para desenhar é uma maneira de provocar uma reflexão sobre a cidade, uma convivência harmoniosa e pacífica com o espaço que habitamos.

"Carla Caffé aparentemente não se preocupa em retratar pessoas. Mero recurso para contornar o realismo tradicional, que precisa sempre afirmar a presença humana. Num primeiro momento, ele instaura uma distância. Mas é esse distanciamento que acaba por nos revelar o elemento humano enraizado no artesanato miúdo. Pouco a pouco, somos atraídos por escadas, sacadas, janelas abertas."...
"Alguns desenhos chegam a sugerir uma inclinação para a narrativa. O aspecto inacabado das obras pede a nossa participação. Assim como o boteco com as portas abertas, o desenho de Carla Caffé está pronto para receber o olhar das pessoas."
Augusto Massi

Em 2009 publiquei o livro "Av. Paulista" editado pela Cosac Naify e Sesc edições*. O livro é um livro imagem que percorre a avenida desde a Rua da Consolação até o Paraíso.
O curador Eduardo Brandão, ao ver os originais do livro, colocou o desafio de mapear o patrimônio arquitetônico da avenida. Comecei a estudar os mapas de São Paulo e o que mais me seduziu pelo seu encantamento visual foi o mapa das curvas de nível, o mapa topográfico. Vislumbrei a idéia de fazer uma aquarela do revelo do espigão da Av. Paulista, forte acidente geográfico que interfere muito na nossa percepção da cidade.
Comecei a desenhar as curvas de nível e acabei visualizando o vale do Pacaembu, as bacias hidrográficas do vale do Anhangabaú, das avenidas 9 de Julho e 23 de Maio. Nesse desenho é possível contemplar as ruas que se desenharam a partir das dobras do revelo e os bairros Paraíso, Liberdade, Bela Vista, Higienópolis, Consolação e Centro.
* o livro recebeu o Prêmio FNLIJ Glória Pondé. Adotado pelo MEC e distribuído em rede Nacional para as escolas e bibliotecas públicas infanto-juvenil.


www.carlacaffe.com.br
Contato: Carla Caffé | carla@carlacaffe.com.br | 11 8565 1203