sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sem eira nem beira
Como um rascunho, e sem intenção de passar a limpo à história de uma cidade. É por meio de sua arquitetura que notamos uma grande expressão artística herdada pelos Europeus que aqui passaram e fixaram suas heranças e costumes.

O pintor francês Armand Julien Palliere, que de passagem por Taubaté no ano de 1821, dese­nhou a primeira planta da vila de Taubaté que se tem conhecimento, ele também destacou alguns pontos históricos da cidade, fazendo com que o município traçasse essa forma artística que ficou marcada nos dias de hoje. O fato de Taubaté estar privilegiada geograficamente é o que faz enxergarmos uma característica muito marcante em seu perfil arquitetônico. De passagem pelo centro da cidade, onde as ruas, até hoje são es­treitas e as casas são próxima uma das outras, você se remete ao um passado onde todos os moradores se debruçavam em suas janelas que ficavam todas de frente para a rua, um antigo gesto que ficou marcado por um hábito de estar diante de suas casas para ver os viajantes que sempre passavam pro dentro da cidade, fazendo com isso um grande corredor de troca de infor­mação e objetos mais isso é outra história.

Portas e janelas que dão de frente para a rua como se fossem, cordialmente recepcionar os visitantes que ali passavam. Muitas dessas casas recebiam um adorno que ficava entre a testeira da casa e janelas, esse detalhe além de diferenciar a fachada, tinha uma posição social marcante na época, os mais antigos diziam que a expressão “sem eira nem beira” parte do princí­pio, onde quem possuía uma condição financeira mais elevada podia ter eira e beira, assim os me­nos favorecidos possuíam somente a eira.

Esse pequeno detalhe é lembrado até hoje, em meio às construções modernas e disputando espaço entre grandes marcas e é sutilmente uti­lizado nos mais atuais modelos arquitetônicos.
Atualmente na cidade de Taubaté, existe um projeto de mapeamento dos monumentos ar­quitetônicos, que estão sendo gradativamente destruídos pelo o grande avanço imobiliário ou simples fato de esquecimento cultural.

Esquecer um passado que se faz tão presente em nosso dia-a-dia é um atraso e um erro irre­parável caso não tenhamos consciência dessa degradação histórica não nos restará mais o elo entre a memória e desenvolvimento.

São detalhes como esses que contribui para a nossa história, e enriquecem nossa memória cultural. Agora não se esqueça, mesmo que seja só de passagem você pode estar nesse momen­to, diante de uma obra de arte, mesmo sendo aquele sobradinho, tendo ou não eira nem beira é uma obra de Arte.

Por Emilio Millo
1ª Mostra de Dança se destaca pela organização e profissionalismo dos bailarinos
Homens e Mulheres se estreitam entre sapatos e figurinos. Ao mesmo tempo, relembram minuciosos detalhes dos movimentos que logo irão exigir da alma a posição perfeita para atenuar as curvas corporais frente às luzes do palco. Esse era o clima nos basti­dores da 1ª Mostra de Dança da Academia Eliane Indiani.

Dançar é prazeroso, mas os frutos deste tra­balho são colhidos com muita dedicação de mui­ta dedicação. O resultado desse compromisso pode ser contemplado Mostra, realizada no dia 15 de julho, em Pindamonhangaba, onde bailari­nos da região exibiram seus talentos.

Alunos, coordenadores, diretores se reve­zaram durante dois meses, de planejamento e ensaios, para uma apresentação ímpar marcada pelo profissionalismo. Distribuídos em 12 core­ografias, dançarinos da Academia Eliane Indiani e do Estúdio de Ballet Rose Mary demostraram o porquê acreditam na arte como manifestação cultural e expressão da verdade.

A 1ª Mostra de Dança Elaine Indiani foi re­alizada de forma independente. “Não tivemos patrocínios. O evento foi realizado com o apoio dos alunos e colegas da academia que venderam ingressos e divulgaram o evento”, orgulha-se Jar­del Narezi, coordenador de Dança da academia.

Os frutos estão sendo colhidos. O objetivo da 1ª Mostra de Dança, além proporcionar en­tretenimento e divulgar a dança no vale, teve também a intenção de obter fundos para a par­ticipação da academia no Festival de Dança de Joinville, reconhecido por receber bailarinos na­cionais e internacionais em uma disputada com­petição.Oito noites foram necessárias para que os artistas pudessem mostrar seus talentos no Festival de Joinville.

Erick Gutierrez, representante da academia e Taubaté na competição, utilizou-se apenas de alguns minutos para conseguir a terceira co­locação com o solo de sapateado de nome Hi­pérbole. “Este foi o meu 6º ano consecutivo no Festival de Dança de Joinville. Participar deste evento é sempre uma experiência única, é fan­tástico. Cada vez que participo, adquiro uma vi­são diferente da dança e volto pra casa com uma bagagem de vivências e aprendizado que me faz crescer muito como profissional e pessoa”, con­fessa Erick.

O Coordenador Jardel Narezi destaca a im­portância de participar de festivais em outras cidades “O premio de terceiro lugar foi de extre­ma importância para a equipe. Estamos cada vez mais empolgados em participar de festivais, pois acrescentamos conhecimento e inovamos nos­sos pensamentos em relação às técnicas de dança, trazendo isso para o Vale do Paraíba e para nossas aulas”. O Festival de Joinville completa 29 anos em 2011 e está consolidado na cena nacional de dança pela tradição, profissionalis­mo e pluralidade dos participantes. Durante os dias que acontecem o festival, amantes da dança chegam de todo o país e do exterior. Devido a sua magnitude, o Festival de Dança de Joinville já foi considerado o maior festival de dança do mundo pelo Guinness Book 2005.

A Academia Eliane Indiani ensaia novos pas­sos. A 1ª Mostra de Dança foi a primeira expe­riência segundo Jorge Narezi. “Tradicionalmen­te fazemos um espetáculo grande em Taubaté, mas com as novas experiências e propostas de eventos, queremos realizar mais apresentações durante o ano em outras cidades do Vale do Pa­raíba”.

A Academia Eliane Indiani está com vagas abertas para os cursos de dança e a expectati­va, segundo o coordenador, é expandir a arte de dançar por todo o Vale do Paraíba.

Por Diego Meneses

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A arte de se fazer representar
Artista taubateano que se dedicou ao teatro e ganhou o Brasil levando a arte de representar pelos inúmeros festivais.

Juntando em um só grupo arte-educador, atores, profissionais e produtores culturais, não poderia sair desse apanhado uma companhia com um nome tão sugestivo como a “Compa­nhia do Sol de Taubaté”.

A trupe é comandado pelo ator Alexandre Vilela com mais de 20 anos de insistência na pro­fissão. Vilelas é um dos poucos artistas que faz da arte um modo de vida. Artista taubateano que se dedicou ao teatro na cidade de Pindamonhanga­ba e ganhou o Brasil levando a arte de represen­tar pelos inúmeros festivais de nosso país.

Aos 10 anos de idade, Villa já trabalhava fa­zendo uma participação junto a Turma do Piru­lito, onde vestido de azul interpretava um dos famosos Smurf, dai em diante como o próprio artista disse “A vida seria toda azul”. Em sua tra­jetória, o arte-educador como gosta de ser cha­mado, já soma mais de 30 cursos na área artísti­ca. Com a palavra o Artista Alexandre Villa.

BATE PAPO

[AR.V] Fale tudo que você gostaria de falar em prol da arte em nossa região.
Em primeiro lugar acho utópico a união dos artistas, mas continuo acreditando e lutando por ela. Embora eu seja contra a “esperança” (acho que ela acabou com a América Latina), ela é algo que não consigo abandonar (rs). Mais do que uma união total, eu acredito sim na parceria entre as pessoas que desejem fazer algo de fato pela cultura.

Hoje temos diversos problemas relacionados à cultura como financiamentos, espaços públicos insuficientes, falta de interesse civil e governa­mental, etc... Isso é reflexo de anos de descasos que vem desde o Brasil colônia. Arte e a cultura sempre foram objetos de entretenimento das cortes. Este costume acabou por se perpetuar de diversas outras formas. O fato é que a sociedade não acha a cultura seja um fator preponderante por dois motivos: não há interesse da sociedade civil, pois nossas prioridades estão relacionadas as necessidades básicas de sobrevivência, e não há interesse por parte de nossos governantes, pois um povo sem cultura é mais fácil de mani­pular. Isso é um lugar comum, mas é fato.

Acredita-se, erroneamente, que o problema e a solução para nosso país é a educação. Não é. Assim, durante muito tempo eu acreditei que a solução estava na cultura, pois a educação instrumenta, dá ferramentas para ao individuo para que ele possa viver, mas é a cultura que irá ajudá-lo a dar uso a estas ferramentas.

Hoje eu penso que a solução está no amor. Parece bobo, mas não é. O amor que falo não é este sentimento carregado de romantismo e pieguice, mas um sentimento superior e mais sublime, que nos enlaça enquanto humanidade. Um conceito mais filosófico (que nem leva este nome). Pois se nos amamos enquanto seres hu­manos, nos preocupamos com o outro. A partir disso, diversos problemas são resolvidos: se os governantes amam seu povo, vão fazer de tudo para que tenham uma boa saúde, alimentação decente, etc... Se o cidadão ama seu próximo, ele se engaja para resolver problemas, por que na verdade são problemas dele também. Ai che­gamos de fato em uma questão política, no sen­tido grego de “polis/politiké/politikós”, ou seja, toda a relação que se dá entre os que se convi­vem – coletividade. Hoje um grande ativista nes­se sentido é o Dr. Patch Adams, que defende o amor como matéria obrigatória nas escolas. E se amos o outro, respeitamos seus costumes e suas origens, ou seja, sua cultura.

Outro problema da cultura é justamente o entendimento que se têm da palavra. No sen­so comum, cultura está relacionada à erudição, mas está muito ale disso. Segundo Edward B. Tylor, cultura é “aquele todo complexo que in­clui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Sem este entendimento qualquer estratégia, qualquer plano, qualquer coisa que se queira fazer pela cultura será ineficiente e paliativo. É preciso que o conceito cultura seja entendido por todos, assim o acesso a ela é fa­cilitado, e mais pessoas terão contato com bens culturais que ainda não tiveram oportunidade. Ai sim, o cidadão pode reivindicar este acesso. Ninguém luta por aquilo que não sente alta, nin­guém sente falta daquilo que nunca teve.

Além destes problemas, há ainda questões de irresponsabilidades, egos, e interesses pesso­ais que permeiam as relações entre os artistas, e também nas esferas governamentais em todas as suas estâncias. Veja bem, não estou generali­zando, há muita gente interessada em um bem comum, tanto na sociedade civil quanto no po­der público. Prova disso é toda a movimentação que têm ocorrido em prol da cultura.

Mas há muitos descasos de ambos os lados. É por estes motivos que deixei de ser um homem de teatro para ser um ativista cultural. Mas ape­sar de todos os problemas, as soluções têm apa­recido e contribuído para a solução de muitos problemas. Nossos próximos passos agora são no senti­do da aprovação da lei que institui o Conselho de Cultura, e da Lei Municipal de Cultura. Quero encerrar aproveitando para fazer um apelo ao prefeito de Taubaté, para que encaminhe estes projetos de Lei para a câmara municipal, pois foi um trabalho árduo feito pelos artistas locais du­rante dois anos, e que agora depende somente da vontade política em nossa cidade.

Por Emilio Millo

quarta-feira, 28 de setembro de 2011


Os novos patrões de hoje
Sem hesitações e com uma boa dose de autoconfiança e ousadia, a geração de hoje estão reinventando o jeito de fazer negócios.

Representantes da chamada geração Y ou geração milênio, como foram batizados os nasci­dos dos anos 80 para cá, sua forma de pensar e agir pode atordoar mas sobretudo surpreender - quem veio ao mundo antes do controle remoto. Impacientes e criativos, imediatistas e versáteis, eles começam a ganhar milhões com os seus projetos e suas parcerias.

Em Taubaté não é diferente, é comum encon­trar jovens com seus próprios negócios. Um bom exemplo disso é a produtora de ví­deo Balaio Filmes encabeçado por André Pires, Mariana Moraes e Alex Rodrigues. Essa galera tá mostrando para que veio. Sem deixar o sonho de lado e se manter no mercado a Balaio Filmes nasceu de um sonho do diretor geral da produtora André Pires.

Pires conta que o ponto forte é fazer da pro­fissão um divertimento, ao mesmo tempo em que garanta seu retorno financeiro, “porque nin­guém vive só de satisfação pessoal e profissio­nal” afirma ele.

BATE PAPO

[ARV] Como vocês encaram esse dilema que é fazer o que gosta sendo o próprio chefe?
Ser o dono do próprio negócio não é tão fá­cil quanto possa parecer. Quando as coisas vão bem, é só alegria, mas quando os problemas aparecem (e sempre aparecem; e são muitos, por sinal!), aí que o bicho pega.

E nessa hora que você tem que mostrar que é bom, porque tem que ter jogo de cintura pra resolver os pepinos e, ao mesmo tempo, cuidar para que as coisas que vão bem continuem do mesmo jeito.

[ARV] A questão financeira e as dificuldades de se manter no mercado?
No começo é bem difícil. Você tem que inves­tir todas economias que tem e que não tem; fa­zer empréstimo para comprar os equipamentos, que são muito caros, etc. Várias vezes você acha que não vai dar certo, que vai ter que fechar a empresa antes mesmo de começar a trabalhar. Mas se a persistência é grande e o trabalho é bem feito, logo isso passa e você começa a co­lher os frutos. Nossa empresa está há apenas um ano no mercado de produção de vídeo (por sinal, não fizemos uma comemoração.. acabei de me ligar que já temos um ano!) e felizmente os clien­tes já reconheceram nosso trabalho. Lembro que no início ficávamos dias e dias sem nenhum trabalho, torcendo pro telefone tocar, produzin­do algumas coisas de graça para amigos pra não ficarmos parados. Era um tanto quanto preocu­pante, mas felizmente essa fase já passou.

[ARV] A região do vale do paraíba é um bom mercado para o caminho audiovisual?
O mercado de produção audiovisual é um tanto complicado aqui na região. Temos ótimas produtoras no Vale do Paraíba, principalmente em São José dos Campos, onde algumas empre­sas já fazem um trabalho diferenciado, de nível nacional. Mas em Taubaté o mercado é fraco. Isso porque a maioria dos clientes ainda não as­similou o que é um bom trabalho de produção de vídeo. O que mais acontece é um caso clás­sico dessa área, em que o cliente te liga e fala: “ahh, só quero um videozinho, é facinho, rapidi­nho de fazer...”. E não é bem por aí. Produzir um trabalho audiovisual decente é complexo, por mais simples que seja. E tentamos passar isso para nossos clientes: que não existe um bom fil­me que seja fácil de fazer. Se o filme é bom, algo nele foi difícil de fazer, seja a produção, a edição, ou até mesmo a ideia. Alguns clientes assimi­lam isso fácil, mas a maioria não. E aí que mora o maior problema, pois quando não assimilam, não querem pagar um preço justo pelo trabalho.

Mas essa dificuldade que no início parecia o fim do mundo, acabou sendo boa para o cresci­mento da Balaio Filmes, porque nos fez buscar outros caminhos, nos fez ver que existe um mer­cado amplo fora daqui, mesmo pra uma produto­ra relativamente pequena, como é o nosso caso. Claro que hoje a maioria dos nossos clientes é daqui; e não queremos deixar de atuar aqui, pois sentimos que há um crescente mercado carente de boas produções. Mas ao mesmo tempo per­cebemos que não precisamos ficar restritos. Por isso decidimos ir atrás de novos clientes. Ainda é cedo pra falar se isso vai dar certo, mas já conse­guimos bons trabalhos por conta dessa iniciativa. Hoje, por exemplo, somos fornecedores de uma grande empresa multinacional com base em São Paulo. Também já começamos a produzir um fil­me institucional para uma das maiores redes de concessionárias de caminhões do Brasil; e esta­mos com um excelente cliente no Rio de Janeiro, já para produzir alguns trabalhos ainda esse ano. Tudo fruto de muito trabalho e um pouco de vi­são de mercado.

SAIBA MAIS

A balaio Filmes vem com tudo. Em setem­bro a produtora está de mudança para um novo endereço, e terão novos profissionais pegando duro no batente para dar conta do volume de trabalho.

Além de novos trabalhos que já então na boca do forno como um Short Movie de moda. Depois de muitos trabalhos com a qualidade e bom gosto dessa turma é possível dizer que esse balaio de ideias vai longe. Conheça o trabalho da Balaio Filmes através do site www.balaiofilmes.com.br.

Por Emilio Millo