sexta-feira, 22 de junho de 2012


ME DÁ UM DINHEIRO AÍ ?
Por Henrique Scalet


Hoje gostaria de falar da importância do patrocínio, e consequentemente da necessidade de entregar um bom serviço. Ainda existem muitos produtores que metem as caras e fazem eventos dependendo exclusivamente da bilheteria para pagar os fornecedores e tirar ainda algum lucro. Vejo isso como um cara guerreiro que não tem medo de se arriscar ou um maluco que tem grana para investir.

Dificilmente hoje em dia um evento sério se paga só com bilheteria. Existem vários outros custos além de cachês e impressão de cartaz: investimento em conforto para os artistas contratados, investimento em criação da arte com gente especializada, custo de mídias, de ações na rua, custo de estrutura logística, etc. Embora, hoje em dia existam muitas formas colaborativas de se angariar fundos e captar recursos pra algo (entidades filantrópicas desenvolvem ferramentas de doação on-line em suas fanpages, existe o recurso de utilizar crowdfunding, troca de serviços com moeda complementar, etc…), ainda vejo apenas dois caminhos principais, patrocínios ou editais. Ou seja, iniciativa privada ou poder público.

Eu particularmente prefiro o caminho mais mercadológico, menos “ONG” da coisa, que é o patrocínio junto a iniciativa privada. Dá para conseguir bons patrocínios, mas precisamos envolver a marca do patrocinador no evento. Temos que pensar as ações de divulgação do evento como produtos de divulgação também da marca que estará atrelada, e vender esse pacote, como um serviço publicitário mesmo, como um modelo alternativo de outdoor. Mas principalmente, precisamos bolar ações criativas que usem as redes sociais para difundir a marca dele. Ainda há muito amadorismo na gestão de conteúdo em redes sociais, e as empresas começam a perceber a importância de se posicionar, de gerar conteúdo, e realmente eles não têm muita coisa pertinente para falar nesse conteúdo. Na rede não importa tamanho e sim relevância, e é uma dificuldade real ter algo relevante para falar.

Portanto, o momento é favorável a nós, produtores. Basta utilizarmos nossa criatividade para inventar situações de uso da rede. Vender espaço publicitário em cartaz é UMA das alternativas, dentre várias outras: criar posts publicitários, gerar conteúdo indireto ao evento, fomentar a fanpage do patrocinador, gerar conteúdo específico para o público dele, inserir a marca dele em outros tipos de mídia, fomentar ações de interação. Dependendo da sua criatividade, dá para criar boas alternativas que envolvam o patrocinador e de quebra aproveitar o próprio público que o cara já tem para divulgar o seu evento, e não apenas se limitar a “entregar” o plano de mídia que ele pagou. Dessa forma você pode criar alternativas de divulgação que não se limitem a criação de um “evento” no facebook, e muito menos as extremamente chatas marcações de amigos em flyers. Que convenhamos, vai contra todos os princípios de netiqueta e já está ficando mal visto pela sociedade digital.

Porém, tem o lado que busca a dependência do poder público. Você também pode se especializar em escrever projetos e apresentar para a fundação cultural da sua cidade comprar, ou inscrevê-los em editais. Conheço muitos produtores que se sustentam assim, colocam o logo da prefeitura no cartaz e se apoiam exclusivamente nesse modelo. Legal, até funciona. Mas prepare-se para tremer na base e talvez até se ver fazendo campanha política de 4 em 4 anos para não correr o risco de ver secar a teta de onde você mama.

soltaopause.com.br 

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