quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Conheça 6 produtos feitos com peças velhas de bicicletas

Inspire-se com as possibilidades do que se pode fazer com peças de bicicletas velhas ao invés de mandar tudo para sucata. A seleção de produtos é do Ciclo Vivo e incluem artigos para decoração ambiente. Veja como a criatividade e a imaginação podem dar origem a peças bem interessantes a custo mínimo.

Utilizando correntes fixadas em suportes de metal 98% reciclados e pneus de bicicleta, o estúdio BRC Design criou uma cadeira de balanço estilosa e bem curiosa.


A artista mexicana Carolina Fontoura Alzaga fez diferente. Ao invés de usar cristais e contas de vidro, usou correntes de bicicletas para criar um lustre, parte da coleção “Conect”, que conta com diversas peças e esculturas da era vitoriana.


Indo um pouco mais a fundo na transformação, a empresa americana Resource Revival produz um porta-cartão feito a partir da reciclagem de peças de bicicletas. Especializada em fazer objetos úteis, a linha de porta-cartões ainda ganhou um nome bem peculiar: “Rebicycling”


Também feito com correntes velhas de bicicletas, o porta objetos é feito à mão pela empresa Resource Revival. Chega de deixar um monte de moedas espalhado por aí.


Este relógio de parede foi feito pelo alemão Andreas Dober, que utilizou engrenagem motorizada e correntes. Super compacto, o relógio e relógio é bem estiloso. Incrível, não?


Já esta mesa no estilo steampunk foi criada pelo designer Del Cruiser. Ele utilizou coroas e catracas de vários tamanhos, todos soldados na estrutura da mesa, sob o tampo de vidro. Suas visitas não vão duvidas do seu comprometimento com o reaproveitamento e com a sustentabilidade.

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Bandas de rock com atitude em causas ambientais

As bandas de rock costumam ser conhecidas em função da atitude, muitas vezes pautada pela rebeldia e pela indiferença às regras e padrões. Algumas bandas expandiram essa atitude em nome da melhoria da qualidade de vida do planeta. Conheça cinco bandas que dedicam parte do tempo e recurso para a manutenção de causas ambientais e humanitárias:

Pearl Jam


A banda que é uma das precursoras do movimento grunge começou a se envolver com causas ambientais em 2006, quando resolveu doar parte dos rendimentos da turnê em prol da preservação das florestas tropicais de Madagascar, na África, mas não parou por aí. Em 2009, a banda doou 100 mil dólares para 9 ONGs que dedicam seus esforços à criação de tecnologias para o investimento em fontes renováveis de energia, e desde então, é frequentemente vista em eventos de organizações ambientais.

Green Day


Apesar do nome, que na tradução literal seria “Dia Verde”, o Green Day, banda de hardcore fundada em 1987, foi ficando engajada aos poucos.  A banda prestou apoio à Natural Resources Defence Council, uma ONG destinada à proteção do planeta, na campanha “Move America Beyond Oil”. A intenção era mostrar os males da dependência dos EUA pelo uso do  petróleo. O álbum “American idiot” é um dos maiores sucessos da banda e trata-se de um grande protesto contra o modelo de vida americano e as ações do governo, movido pela ganância e violência.

Coldplay


O quarteto inglês apoia a ONG Make Traid Fair, que busca o diálogo sobre as mazelas dos países pobres do mundo. A empresa contratou, em 2002, uma empresa para plantar 10 mil árvores na Índia, como forma de contribuição para a neutralização do CO2 gerado pela produção dos seus CDs. Em 2009, durante a turnê do álbum “Viva La Vida”, o Coldplay realizou o primeiro show com carbono neutro nos Emirados Árabes. Além disso, o Coldplay é patrono da ClientEarth, que oferece suporte jurídico em prol do cumprimento das leis ambientais.

Linkin Park


A banda de Nu Metal californiana está À frente da ONG Music For Relief, que presta apoio às vítimas de catástrofes naturais, como o Tsunami da Indonésia e o Furacão Katrina. A banda se aliou ano passado à ONU na iniciativa Energia Sustentável para Todos, que visa garantir o acesso universal à energia até 2030. A banda destina frequentemente parte da renda arrecadada nos shows para o plantio de árvores.

Dave Matthews Band


A banda sul-africana teve o seu engajamento reconhecido em 2006, quando seus integrantes decidiram apoiar ONGs e instituições que promovem ações sustentáveis. A iniciativa foi fruto de reflexão em relação a toda a poluição gerada pelo grupo nos seus 21 anos de estrada. Além disso, a banda incentiva soluções para o público, como levar a sua própria garrafa de água para as apresentações, reduzindo o lixo e o consumo de garrafas PET. Os fãs ainda podem visitar o complexo Eco-Village, presente nos shows da banda, no qual é possível conhecer iniciativas ambientais e aprender como podem contribuir com ações simples, mas que podem fazer a diferença para o mundo.

A atitude rock dos dias atuais está cada vez mais ligada ao poder que o artista possui de fazer o bem, além de sua própria música. Ter um microfone nas mãos é uma grande oportunidade de ajudar as pessoas a refletir e compreender como podem tornar suas vidas melhores, respeitando o planeta e o próximo, participando sempre que possível, de forma direta ou indireta, de causas ambientais e humanitárias.

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Recarregue seu celular com um guarda-chuva

Quer recarregar sua bateria de forma prática em um dia de chuva? A invenção da empresa de telecomunicações Vodafone em parceria com a Universidade College London tem uma solução prática e curiosa! Trata-se de um guarda-chuva diferente, que, além de proteger das tempestades, ainda funciona para recarregar a bateria de aparelhos celulares e ampliar seu sinal de alcance para fazer e receber chamadas.


Com o nome de Booster Brolly, ele é feito de fibra de carbono e 12 células solares na parte superior. Essas células permitem a recarga total de um aparelho celular em apenas 3 horas através de um suporte no cabo do guarda-chuva com uma entrada USB. Para completar, ainda conta com uma pequena antena embutida para aumentar o alcance e uma pequena lanterna de LED.


Com o objetivo de deixar as pessoas conectadas com os amigos, a incrível invenção do professor universitário Kenneth Tong  foi apresentada no festival de música Isle of Wight, na Inglaterra. Segundo ele, seus próprios alunos o ajudaram com soluções e melhoramentos para o guarda-chuva.

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Aerosmith toca com Johnny Depp - veja!
Ator assume a guitarra na faixa "Train Kept A-Rollin" em show


O Aerosmith contou com a participação de Johnny Depp  em um show realizado na última segunda-feira, em Los Angeles. Confira no player abaixo o ator assumir a guitarra na faixa "Train Kept A-Rollin":


Recentemente, Depp foi confirmado como convidado especial no próximo disco da banda, Music From Another Dimension. Este será o primeiro álbum do grupo em dez anos e chega às lojas em novembro.

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Morre aos 68 anos Magro Waghabi, do grupo MPB4
O cantor, compositor, arranjador e instrumentista estava com câncer


Morreu em São Paulo na manhã desta quarta, 8, o cantor, compositor, arranjador e instrumentista Magro Waghabi, líder do grupo MPB4. Ele estava internado no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, e teve sua morte confirmada às 6h. Waghabi tinha 68 anos e lutava contra um câncer.

O grupo vocal MPB4, premiado pela APCA e uma referência da música brasileira, era composto por Magro, Dalmo, Miltinho e Aquiles. Foi o site oficial deles que anunciou a morte do artista: "Depois de longa luta pela vida, Antonio José Waghabi Filho, o Magro do MPB4, nos deixou. Com ele vai junto uma parte considerável do vocal brasileiro. Com ele foi a minha música", assinou Aquiles.

Natural do estado do Rio de Janeiro, Waghabi começou na vida artística como vibrafonista. Era músico do Praia Grande, grupo que se apresentava em bailes. Foi em 1963 que, ao lado de Miltinho, Ruy e Aquiles, formou o Quarteto do CPC – que um ano depois teve o nome trocado para MPB4.

Paralelamente ao grupo, ele assinava arranjos de discos de vários outros artistas, como Chico Buarque, Milton Nascimento e Toquinho & Vinicius.

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Chris Martin: “Testo as músicas do Coldplay com meus filhos”


Além de estar na privilegiada posição de herdeiros, Apple e Moses, filhos de Chris Martin e da atriz Gwyneth Paltrow, têm mais um motivo para causar inveja nos meros mortais. Segundo Martin, as crianças são as primeiras a ouvir as novas músicas do Coldplay.

“As crianças são muito honestas. Se elas começarem a cantar uma canção, é porque gostam”, disse o vocalista ao tabloide britânico The Sun.

Porém, o líder do Coldplay garante que esses privilégios não tiram a simplicidade de seus filhos, responsáveis por manter seus pés no chão. “Quando tocamos no estádio de Wembley pensei ‘Uau, somos estrelas do rock’, mas na manhã seguinte as crianças já estavam me pedindo para fazer panquecas”, brincou.

Seguindo o sucesso da colaboração com Rihanna, o grupo britânico anunciou na última quinta-feira (2) a música “Hurts Like Heaven” como próximo single de seu quinto álbum, lançado em junho do ano passado. A banda não revelou mais detalhes sobre o lançamento do novo clipe, mas divulgou a arte da capa do single. Confira: 

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Incubus entrará em hiato após turnê com Linkin Park


O Incubus anunciou que fará uma pausa por tempo indeterminado após a turnê conjunta com o Linkin Park, prevista para terminar no final do verão americano. Em entrevista à Billboard, Brandon Boyd garantiu que a pausa não será longa, afirmando que a banda continuará a se reunir.

“Nós temos de chegar com a melhor das intenções e criar música por meio de um senso de urgência e pureza, não necessariamente baseado em um cronograma”, disse Boyd. “Sei que isso pode frustrar nossos fãs, mas eu acho que faremos músicas melhores como resultado dessa tática.”

“Talvez esta pausa não seja tão longa quanto a anterior”, prometeu o vocalista da banda, que entrou em hiato pela primeira vez em 2006. Após a pausa, o quinteto californiano voltou a se apresentar em 2010, tendo passado, inclusive, pelo Brasil.

Último trabalho do grupo pela Epic, If Not Now, When? chegou ao mercado em julho de 2011, encerrando a parceria da banda com a gravadora. “Estou muito excitado com a possibilidade de ter o controle total”, completou o vocalista, acrescentando que pretende lançar em breve seu segundo álbum solo. 

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John Mayer lança EP com músicas acústicas e libera primeiro clipe; veja


John Mayer disponibilizou nesta terça-feira (7) o EP The Complete Mr. J. C. Mayer 2012 Performances Collection para vendas no iTunes. Coincidindo com o lançamento, o músico postou em sua página no Facebook uma versão acústica de “Speak For Me”.

A faixa faz parte da compilação digital, composta por quatro músicas gravadas em versão acústica, além de “Go Easy On Me”, que ficou de fora deBorn And Raised, lançado em fevereiro deste ano.

“É um presentinho para todos vocês por seu apoio e paciência”, escreveu o cantor em um comunicado oficial, acrescentando que irá fazer uma nova cirurgia, pois a que ele havia feito no ano passado não solucionou o problema em suas cordas vocais. Ainda assim, Mayer disse que está animado para voltar aos palcos no próximo ano.

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De volta e cheios de gás
Vocalista do Ugly Kid Joe comenta o retorno da banda e os shows no Brasil: "Só de pensar na América Latina já fico elétrico"


Ninguém esperava por essa volta, ou melhor: além dos fãs da época, poucos se lembravam deles. Mas os integrantes do grupo californiano Ugly Kid Joe resolveram tirar os bermudões dos armários, que estavam aposentados desde 1997, e voltaram à ativa. Com nova formação, músicas inéditas e uma turnê mundial, a banda desembarca nesta semana no Brasil para três apresentações, em Florianópolis (9/8), São Paulo (11/8), em Porto Alegre (12/8; saiba mais ao final do texto).

A banda ficou 15 anos longe da estrada e hoje conta apenas com dois integrantes originais – o vocalista Whitfield Crane (foto) e o guitarrista Klaus Eichstadt, ambos com 44 anos de idade. Na turnê atual, quem acompanha os dois remanescentes são os músicos Cordell Crocket (baixo), Dave Fortman (guitarra) e Shannon Larkin (bateria), que fala à Rolling Stone Brasil sobre a nova versão do grupo. “Whitfield e eu estávamos escrevendo e gravando para uma outra banda que temos, chamada Another Animal, e sempre amamos tocar juntos. Por isso foi uma loucura quando os outros caras se juntaram a bordo para compor novas músicas para o Ugly Kid Joe”, conta, por e-mail. “Nós sentimos que o momento era agora, o que estava rolando era real.” Whitfield Crane, por sua vez, não esconde que a volta bem sucedida aos palcos de algumas bandas dos anos 90 o animaram bastante. “Quando eu vi que o Faith no More tinha voltado, eles realmente me fizeram pensar muito sobre isso”, afirma.

Mas diferente do grupo de Mike Patton, o Ugly Kid Joe voltou aquecido de material novo, o EP Starway To Hell (2012), que contém seis músicas inéditas calcadas em um hard rock atual e agressivo, diferente das divertidas, baladeiras e famosas “Everything About You”, “Cats in the Cradle” e “Neighbor”, que fizeram a fama dos então garotos lá no início da década de 90. “Temos três grandes hits e nos sentimos sortudos de ter feito essas músicas”, conta Crane sobre as canções conhecidas. Ele também explica a influência de bandas clássicas no lado mais pesado das novas músicas. “O Black Sabbath, junto ao Judas Priest e ao AC/DC, sempre foi minha ponte para música pesada. Nós somos fãs e amigos do Ozzy até hoje.” Em 1994, eles gravaram a música “NIB” para o primeiro volume do álbum Nativity in Black, tributo ao Black Sabbath. Também usaram a introdução de “Sweet Leaf”, também do Sabbath, na música “Funky Fresh Country Club”, do primeiro EP da banda, As Ugly as They Wanna Be.

Como uma das atrações do finado festival Hollywood Rock, o Ugly Kid Joe, no auge de sua carreira, veio ao Brasil em 1994 e tocou na mesma noite de nomes como Live, Sepultura e Robert Plant. Sobre o país, Crane guarda ótimas recordações. “Foi como uma explosão. Era como férias remuneradas. Foram dois shows [Rio de Janeiro e São Paulo] com enormes multidões”, comenta. “Lembro de ter comemorado o meu 26º aniversário em seu país. Foi um grande aniversário. Para os shows que iremos fazer aí nos próximos dias, temos a expectativa de voltar a 1994. Só de pensar na América Latina já fico elétrico.”

Após a turnê de Starway to Hell, que termina em três de novembro em Dublin, na Irlanda, o Ugly Kid Joe pretende permanecer unido. “Nós estamos em um grande lugar musicalmente e somos gratos pela química da nossa banda não ter se dissipado em todos esses anos”, acredita Crane. Pela empolgação dos integrantes, é bem provável que demore algum tempo até eles colocarem os bermudões de volta nos armários.

Ugly Kid Joe no Brasil

Florianópolis
Quinta-feira, 9 de agosto de 2012
John Bull Pub Florianópolis - Avenida das Rendeiras, 1046
Abertura da casa: 22h / Início do show: 23h.
Valor promocional: 1º lote - ESGOTADO
2º lote - R$ 60,00
Pontos de venda: John Bull Pub, lojas Multisom, Roots Records, Mensageiro Musical, Minikalzone da UFSC, Nelson Musical.
Vendas on-line: http://www.blueticket.com.br

São Paulo
Sábado, 11 de agosto de 2012 
Via Marquês - Av. Marquês de São Vicente, 1589
Abertura da casa: 19h / Início do show: 22h
Ingressos:
1o Lote (inteira)- ESGOTADO
2º Lote (inteira) - R$ 140,00
Pontos de Venda: Loja Moshi Moshi Anime e no local.
Vendas online: www.ticketsbrasil.com.br/shows/rock/hardrock

Porto Alegre
Domingo, 12 de agosto de 2012
Opinião -Rua José do Patrocínio, 834
Abertura da casa: 20h / Início do show: 22h
Ingressos:
1º LOTE - ESGOTADO
2º LOTE – ESGOTADO
3º LOTE R$120,00
4º LOTE R$140,00
Pontos de Venda: Lojas Trópico / Praia de Belas Shopping/ Shopping Moinhos/ Shopping Total/ Barra Shopping Sul/ Bourbon Ipiranga/ Bourbon São Leopoldo
Canoas Shopping (3059-0247)
Vendas Online: www.opiniaoingressos.com.br / www.ticketbrasil.com.br 

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terça-feira, 7 de agosto de 2012


Um homem chamado Caetano
70 anos de Caetano Veloso


A plateia parece estar no cio. Lotação esgotada. São três mil pessoas em pé, mais ou menos uniformemente divididas entre homens e mulheres. A maior parte parece ainda não ter chegado aos 25 anos, mas há também senhores com mais de 60. E adolescentes de 15, 16. É quinta-feira, 5 de julho, estou no Ginásio do Sesc de Santos (SP). Cada vez que o artista lá no palco, passeando pelos versos de suas novas e antigas canções, atravessa uma palavra carregada de alguma carga sexual, o público reage com gritinhos lascivos. Todos ao mesmo tempo, em uníssono, como se também tivessem ensaiado.

Estamos em plena turnê de Cê, o álbum “roqueiro” de Caetano Veloso. Álbum “roqueiro”? Se esse rótulo não é abrangente em medida suficiente para definir a sonoridade de Cê, muito ele pode dizer a respeito do conteúdo poético do disco (e desse show que dele se originou), tomado principalmente por sexo e ódio (ou seu par perfeito, o amor). Pode também explicar muito sobre esse reflorescimento sexual à volta de Caetano – o artista, o homem – que, neste mês de agosto, completou 65 anos. “O Caetano está em uma fase meio Beatles. Tem rolado um assédio, uma loucurinha”, comenta o guitarrista Pedro Sá, o mais velho dos três jovens músicos que dividem o palco com o cantor. “Nas outras turnês que fiz com ele sempre teve fã, gente que assediava, que chegava, que queria falar. Mas agora, além disso, tem um frisson, um faniquitozinho. Mulher que agarra, que pega, que quer tirar a roupa, que quer comer. Que perde a linha mesmo”, conta.

Não é à toa. Cê é o trabalho no qual Caetano mais se expõe sexualmente em toda sua carreira. Se não isso, desde pelo menos o começo da década de 1980. “Desde o [disco] que tem ‘Vera Gata’, eu acho”, tenta pontuar o próprio artista. Composta para Vera Zimmerman, a canção a que ele se refere está no álbum Outras Palavras (1981) e descreve a história, imagina-se que real, de sua “rápida transação” (como o próprio diz na letra) com a atriz. Sim, estamos falando de sexo. Em Cê, com Caetano na casa dos 60, a transação não precisa ser tão rápida. Em alguns momentos chega a ser delicada, minuciosa, muito mais poética – mas nem por isso menos erótica. Irmã caçula de “Vera Gata”, “Um Sonho” foi composta para Luana Piovani e descreve a história, não necessariamente real (principalmente se levarmos em conta o significado onírico de seu título), de seu “malho” (como o próprio diz na letra) com a atriz. Enquanto mostra a canção no palco, Caetano desenha com o gestual do corpo uma relação sexual inteira. “Sexo é um assunto central, um absoluto – não um tema entre outros. Para mim, para a minha vida, essa é a importância que o sexo sempre teve. Não tem nada a ver com ser atleta sexual, nem obcecado por sexo. Pelo contrário: reconhecendo que é um absoluto, o sexo basta que se dê. É muito simples. Porque é o que é. Não precisa muita coisa. Tendo aquele negócio, pronto. Rolando, chegando lá, já é importante”, avalia.

O artista diz não saber detectar diferenças entre o ato de criação de um disco “sexual” quando ainda se está na casa dos 30 anos e fazê-lo agora, aos mais de 60. E explica suas razões para recorrer ao tema com tanta sede neste momento. “Queria criar uma banda de rock que tivesse um som próprio, que desse um toque relevante para o panorama de criação de rock no Brasil do ponto de vista sonoro e estilístico. Timbrístico, também. E isso se deu. Nesse ponto, acho que fomos 100% bem-sucedidos”, afirma. “E precisava fazer um repertório que se adequasse a isso. O rock tem, desde o princípio, esse componente sexual quase como tema central – mesmo quando não é explicitado. Então, tendi a explicitá-lo em algumas letras. Gostava de estar fazendo canções em que esse tema aparecesse de uma maneira direta e intensa, com poucas informações, poucas imagens, poucas palavras. Gostava de fazer assim para este disco. Acho que a razão é mais essa”, reconhece.

Uma peça importante do mosaico sexual de Cê acabou não entrando no repertório do disco porque não estava terminada na época das gravações, mas entrou no roteiro do show. “Amor Mais que Discreto” foi composta a partir de “Ilusão à Toa”, clássico de Johnny Alf (que Caetano, aliás, também canta no show como introdução à sua), e aprofunda o contexto homoerótico esboçado em “Odeio”. “É linda! Essa daí é mesmo gay. Porque ela fala de ‘o amante do amante’. Eu adorei chegar nessa expressão porque não fica duvidoso, está explícito: é um cara que é, ou pode ser, ou desejaria ser, amante de outro cara. Eu tinha falado com os meninos, até brincando, que o Cê tem muita mulher”, ri.

As duas faixas, “Odeio” e “Amor Mais que Discreto”, abordam o amor (ou o sexo, simplesmente – ou a iminência de uma dessas duas coisas, ou das duas) entre dois homens: um velho e um menino. “Sou velho, então já dá para pensar nessa perspectiva”, diz o compositor. “Aquele modelo grego do homem com o adolescente é um arquétipo na cabeça da gente. E eu, no texto, gosto muito desse momento que diz ‘eu sou um velho, mas somos dois meninos’, que é diferente da nossa moral convencional cristã burguesa. E é diferente também do modelo grego, em que [o sexo entre um homem adulto e um adolescente] era quase que um tipo especial de heterossexualidade. [Em ‘Amor Mais que Discreto’] são dois caras brincando, dois caras curtindo o sexo deles, um com o outro.” Caetano rejeita inteiramente a leitura comum de que a temática gay, uma constante em sua obra desde o início – seja na poética, no discurso ou no comportamento – tenha entrado em cena simplesmente para provocar. “É um tema meu. Não entro em ambiente nenhum sem meus temas principais. Não iria deixar isso de fora”, afirma. “Independentemente de ser ou não relevante para todas as pessoas, a mim esse tema sempre interessou.”

Texto publicado originalmente na edição 11 da Rolling Stone Brasil, agosto/2007.

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Festival eletrônico do Rock in Rio não terá vínculo com a marca
Será um evento produzido pelos mesmos organizadores, mas completamente diferente do Rock in Rio, segundo a organização


Em uma nota oficial, a organização do Rock in Rio esclareceu que o festival de música eletrônica citado por Roberto Medina recentemente em uma entrevista não terá nenhum vínculo com a marca do festival. Serão eventos produzidos pelos mesmos organizadores, mas completamente diferentes do Rock in Rio, informou a organização.

Medina, criador e organizador do festival, deu a seguinte declaração à agência de notícias EFE: “Estou superanimado com isso. Seria como um filho do Rock in Rio, que sem dúvida também viria a Madri. A ideia é começar no Rio de Janeiro em 2015 e depois exportar para Madri, Lisboa e Argentina”.

A próxima edição brasileira do Rock in Rio acontecerá entre 13 e 21 de setembro. Ivan Lins, George Benson, Sepultura e Tambours du Bronx já estão confirmados. Na semana seguinte, será realizada a primeira edição do Rock in Rio Buenos Aires.

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Chico Buarque lança álbum que registra sua turnê mais recente
Na Carreira será o sexto CD ao vivo do músico


Chico Buarque está lançando o disco Na Carreira, registro de sua turnê mais recente, baseada no álbum Chico (2011). O trabalho, que sai pela Biscoito Fino, é o sexto álbum ao vivo do músico dentre as dezenas que ele colocou no mercado ao longo dos anos.

A gravação aconteceu em fevereiro no Vivo Rio, na capital carioca. O CD é duplo e traz na íntegra a turnê mais recente do artista, que ele apresentou por todo o Brasil entre novembro de 2011 e maio de 2012.

Além das músicas de Chico, 20 faixas de outros álbuns também fizeram parte do repertório. Dentre elas “Anos Dourados”, “Desalento”, “Geni e o Zepelim” e “Bastidores”. “Na Carreira”, além de nome do disco, é o título da faixa de encerramento da performance.

O trabalho foi produzido por Vinícius França e teve direção musical do maestro, arranjador e violonista Luiz Claudio Ramos. João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros) formaram o time de músicos que acompanhou Buarque na turnê.

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